As famosas receitas encontradas na internet ou indicadas por
amigas tornam-se cada dia mais utilizadas por mulheres que buscam tratamentos
de beleza rápidos e baratos
Não existe uma única mulher que nunca tenha feito uma
receita caseira pra aprimorar a beleza. Na grande maioria das vezes, as
loucuras cometidas por mulheres extremamente vaidosas vêm de indicações de
amigas e sem nenhuma procedência: um creme com produtos culinários ou um alisante
para os cabelos. São inúmeras as opções encontradas por mulheres que abusam do
“jeitinho brasileiro” para ficarem, ainda mais, belas por um custo menor do que
nos institutos de beleza.
Segundo a psicóloga Thayse Lassance, a vaidade faz parte da
nossa sociedade há milênios e, comedidamente, é muito importante para a auto
estima das mulheres. O problema é que o padrão de beleza divulgado pelas mídias
tem tornado-se cada vez mais um desejo a ser alcançado pela população feminina.
Ter como objetivo um corpo, cabelo ou até estilo de rosto que não faz parte de
sua genética é uma obsessão que acaba em experimentos e tentativas frustradas,
que podem ter consequências irreversíveis. “Obviamente precisamos ir atrás de
um corpo bonito, saudável e ter boa aparência. A sociedade exige, mas isso pode
ser feito com saúde e no limite de cada indivíduo. O mais importante é a
própria aceitação, estar bem consigo e com sua aparência”, afirma a psicóloga.
O assunto pode render boas risadas como na história contada
pela analista comercial Suzeni Santana, 38 anos, que tentou aplicar em casa,
sozinha, um produto para alisar os cabelos. “Durante o processo da aplicação eu
senti que a coloração do produto estava diferente, achei que fosse normal.
Quando olhei no espelho me deparei com meu cabelo roxo, voltei para o chuveiro
e enxaguei por mais de 50 minutos, mas nada mudou. Tive que enfrentar o mundo
enquanto torcia para que o cabelo voltasse à cor normal por conta da vergonha”, explica Suzeni, que aprendeu a lição e hoje não abre mão de um bom profissional.
Mas nem toda história tem um final feliz. A assistente
social Fernanda Marinho comprou um produto caseiro, apelidado de “Lama Negra”,
que segundo indicações de amigas cabeleireiras, prometia deixar os cabelos
macios e sedosos. Segundo ressalvas, a única alteração seria a coloração dos
cabelos, que mudariam da cor que estavam para o preto azulado. “Na primeira vez
que passei ficou lindo. Apesar do cheiro forte de queimado, os cachos estavam
bem definidos, o brilho ofuscante e uma maciez de impressionar. O problema foi
na hora de retocar a raiz, aqueles cachos bem definidos ficaram todos no ralo
do banheiro. Meu cabelo caia de tufos e mais tufos. Uma tragédia. Passei mais
de um ano tentando recuperá-lo”.
O perigo de produtos sem procedência coloca em risco a saúde
não só dos cabelos, como da pele, podendo causar alergias e queimaduras. A
dermatologista Dra. Ilione Lima explica a importancia de alertar os paciente
dos danos permanetes: “é sempre importante lembrar que essas coisas tanto podem
ser inocentes, quando se usa uma dosagem baixa de um produto já sabendo que é
seguro, como ele pode ter danos muito grandes como queimaduras. Existe aquela
tendência de tratamento caseiros porque eu ouvi dizer, porque alguem falou e o
paciente apresenta consequencias gravissimas”.
Para que as mulheres tenham segurança na hora dos cuidados com a beleza, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência Nacional de Saúde (ANS), são os órgãos responsáveis pela fiscalização dos produtos em circulação. A recomendação dada pela Vigilância Sanitária é para que evitem comprar medicamentos vendidos de porta em porta ou com fabricação caseira. Para o esclarecimento de dúvidas, procedência de produtos ou registro nacional bastar entrar em contato pelo 0800-642-9782 ou no site www.anvisa.com.br.
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