quinta-feira, 29 de março de 2012

Excesso na primeira infância preocupa especialistas

A busca pela beleza está saindo do mundo de homens e mulheres e invadindo, precocemente, o universo infantil

A vaidade tem sido uma obstinação tão grande entre homens e mulheres que o mundo das crianças tem sido verazmente invadido pela compulsão da beleza. Crianças tem se espelhado nos pais, irmãos ou tios e invadido o mundo dos batons, esmaltes, gel para cabelos, brincos e perfumes precocemente.  
Um exemplo deste exagero é Maria Beatriz Laranjeiras de apenas 6 anos. A pequena bailarina acorda uma hora antes do horário todas as manhãs para ter tempo de pentear os cabelos, escolher a combinação de roupa para escola, as bijuterias e fazer a maquiagem.
Para a mãe Claudia Laranjeiras não existe motivos para preocupação. Segundo ela, a vaidade é uma qualidade que todas as mulheres devem ter. “A bia desde novinha me acompanhou em compras e salões de beleza. Acho natural que ela, mesmo ainda sendo uma criança, queira estar bonita e chamar atenção. Não acho que incentivar o cuidado com a beleza possa trazer algum problema para minha filha”, explica.
O grande problema de todo esse cuidado iniciado ainda na primeira infância é que o exagero pelo cuidado com a aparência pode tornar-se um transtorno psicológico ligado à compulsão por compras ou trazer problemas de saúde como alergias dermatológicas.
Segundo o dermatologista Douglas Gomez, existem muitos pontos que devem ser analisados com cautela pelos pais, principalmente as mães, ao incentivar o uso de produtos de beleza em crianças. Esmaltes, tintura para os cabelos e até maquiagem foram elaborados para o uso em adultos e o contato químico em dosagens elevadas para as crianças pode ser prejudicial.
“As chamadas dermatites de contato são mais frequentes do que se pode imaginar, a pele das crianças é muito mais sensível e tem mais chance de desenvolver alergias. Elas podem aparecer nos olhos, nos dedos com escamações da pele e até mesmo nos lábios com ressecamentos que podem gerar feridas. O correto é que se prolongue o máximo possível o início do uso desses produtos”, avalia o doutor.
Com o aumento do uso de produtos nas crianças algumas empresas renomadas no mercado Brasileiro têm investido em mercadorias específicas para o público infantil. Maquiagens, produtos para cabelo como gel e esmaltes, todos feitos à base de água, podem ser uma opção mais segura para os pequenos que não abrem mão dos cosméticos.
A psicóloga Ana Flávia Coutinho, 37 anos, explica que o exagero na infância pode causar transtornos que prejudiquem o controle de determinadas questões na fase adulta:
“Quando temos um quadro de exagero é muito provável que se desencadeie um distúrbio no futuro. A dificuldade para o controle das finanças, o consumo exagerado, a baixa auto-estima e até mesmo o desenvolvimento de doenças como bulimia e anorexia podem ser uma consequência da infância. O mais importante de tudo é que exista um diálogo entre país e filhos para mostrar à criança que tudo na vida tem o seu tempo certo. A função dos pais é além de educar fazer a com que a criança entenda a importância de não pular as fases”.
O modelo de “espelho” que se tem na infância são os pais e nada mais natural que os filhos queiram ser igual. Usar o salto alto da mãe, o barbeador do pai ou a maquiagem da irmã mais velha são brincadeiras saudáveis para o desenvolvimento, mas devem ser acompanhadas de perto pelos responsáveis. “O melhor para que a criança não sofra no futuro é que as brincadeiras sejam controladas com responsabilidade. Permita que se fantasiem e façam desfiles, mas tenha a responsabilidade de deixar claro que é apenas uma brincadeira. Na hora de sair para passear, que seja com roupas e acessórios elaborados exclusivamente para eles”, explica a psicóloga.

quinta-feira, 22 de março de 2012


Salões de beleza com serviços diferenciados caem no gosto dos brasilienses

Drinks, música selecionada e ambiente convidativo para boas horas de conversa. Embora pareça, o cenário descrito não é de um Happy Hour em um bar, e sim de um salão especializado em cuidados para as unhas. Febre nos Estados Unidos e Europa, os “Nails Bar” fazem parte de um novo conceito em manicure, em que as clientes podem fazer as unhas, conversar com as amigas e degustar seus drinks preferidos – tudo ao mesmo tempo. Na Capital Federal, o primeiro foi inaugurado em janeiro e já conquistou muita gente.


          Luciana Cruz e Débora Lima, sócias-proprietárias do The Nail Bar
À frente do empreendimento estão as irmãs e sócias Débora Lima e Luciana Cruz. Segundo elas, a ideia surgiu depois de esperarem mais de três horas para fazer as unhas. “Já estávamos buscando em que investir. Depois disso, tivemos certeza: Brasília precisava de um local especializado em serviços para as unhas, então porque não unir duas coisas que as mulheres adoram: manicures e drinks com as amigas?”, contam.

Criado há pouco mais de dois meses, o The Nail Bar oferece, além dos drinks – no cardápio estão famosos como o Cosmopolitan, e criações da casa, como o The NailBar –, aperitivos que vão desde castanhas de caju a “tapioquinhas” com recheios variados criados especialmente para o salão. Para as unhas, as clientes podem escolher na “Parede dos Sonhos” entre esmaltes nacionais e marcas de luxo, como Dior e Chanel. Para isso, é necessário desembolsar mais R$13,00 ao serviço de manicure e pedicure, que custa R$38,00.

Para quem sofre com unhas fracas, Débora Lima indica o tratamento com cálcio em gel. “É uma camada protetora ideal para quem não consegue deixar as unhas compridas por muito tempo. Temos também acompanhamento de uma dermatologista, que cria os cremes hidratantes e esfoliantes utilizados pelas manicures. Com isso, temos a garantia de um produto de qualidade”, explica.

Quem pensa que o local é freqüentado apenas por mulheres se engana. A funcionária pública Ana Paula Araújo conta que o marido é companhia frequente nas tardes de manicure. “Foi ele quem descobriu o salão. Estávamos andando por aqui e ele ficou curioso com o nome. Veio perguntar o que era, marcou horário para mim e veio junto para conhecer os drinks”, conta.


O horário de atendimento também é diferenciado: terças e quartas funciona das 10h às 20h, e de quinta a sábado das 10h às 21h.

  
Para os homens, videogames e futebol
           
Não são só as mulheres que contam com um local exclusivo para cuidar da beleza. Localizada na quadra 711 Norte, a Barbearia Futebol Clube faz com que qualquer apaixonado por futebol sinta-se em casa. Nas escadas, degraus cobertos com grama artificial. O piso quadriculado lembra uma bola, e nas paredes, camisas oficiais dos mais diferentes times – algumas até autografadas e que já foram usadas em jogos.
                                                                                                                                                                                Foto: Divulgação

Segundo os proprietários, os irmãos Lauro e Fernando Vieira, esta é a primeira “barbearia de futebol do mundo”. “Não temos conhecimento de nenhuma outra em que o cliente possa assistir a canais de esportes enquanto corta o cabelo, ou que tenha uma decoração como essa”, dizem. Quem está esperando para ser atendido ou quer apenas se distrair um pouco, pode jogar videogame – jogos defutebol, claro. Mas esse serviço é apenas para os clientes.

Quem acha que o valor cobrado é muito alto para uma barbearia, R$20 o corte, pode se arriscar no desafio das 50 embaixadinhas. Quem conseguir alcançar o número, ganha 50% de desconto.

Serviços:

The Nail Bar:
Centro Comercial Gilberto Salomão
SHIS QI 5
Bloco A - Sobreloja

Barbearia Futebol Clube:
711 Norte, Bloco A
Funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 19h; sábado,das 8h às 18h.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Receitas caseiras atraem mulheres em busca de tratamentos de beleza


As famosas receitas encontradas na internet ou indicadas por amigas tornam-se cada dia mais utilizadas por mulheres que buscam tratamentos de beleza rápidos e baratos

Não existe uma única mulher que nunca tenha feito uma receita caseira pra aprimorar a beleza. Na grande maioria das vezes, as loucuras cometidas por mulheres extremamente vaidosas vêm de indicações de amigas e sem nenhuma procedência: um creme com produtos culinários ou um alisante para os cabelos. São inúmeras as opções encontradas por mulheres que abusam do “jeitinho brasileiro” para ficarem, ainda mais, belas por um custo menor do que nos institutos de beleza.

Segundo a psicóloga Thayse Lassance, a vaidade faz parte da nossa sociedade há milênios e, comedidamente, é muito importante para a auto estima das mulheres. O problema é que o padrão de beleza divulgado pelas mídias tem tornado-se cada vez mais um desejo a ser alcançado pela população feminina. Ter como objetivo um corpo, cabelo ou até estilo de rosto que não faz parte de sua genética é uma obsessão que acaba em experimentos e tentativas frustradas, que podem ter consequências irreversíveis. “Obviamente precisamos ir atrás de um corpo bonito, saudável e ter boa aparência. A sociedade exige, mas isso pode ser feito com saúde e no limite de cada indivíduo. O mais importante é a própria aceitação, estar bem consigo e com sua aparência”, afirma a psicóloga.
O assunto pode render boas risadas como na história contada pela analista comercial Suzeni Santana, 38 anos, que tentou aplicar em casa, sozinha, um produto para alisar os cabelos. “Durante o processo da aplicação eu senti que a coloração do produto estava diferente, achei que fosse normal. Quando olhei no espelho me deparei com meu cabelo roxo, voltei para o chuveiro e enxaguei por mais de 50 minutos, mas nada mudou. Tive que enfrentar o mundo enquanto torcia para que o cabelo voltasse à cor normal por conta da vergonha”, explica Suzeni, que aprendeu a lição e hoje não abre mão de um bom profissional.

Mas nem toda história tem um final feliz. A assistente social Fernanda Marinho comprou um produto caseiro, apelidado de “Lama Negra”, que segundo indicações de amigas cabeleireiras, prometia deixar os cabelos macios e sedosos. Segundo ressalvas, a única alteração seria a coloração dos cabelos, que mudariam da cor que estavam para o preto azulado. “Na primeira vez que passei ficou lindo. Apesar do cheiro forte de queimado, os cachos estavam bem definidos, o brilho ofuscante e uma maciez de impressionar. O problema foi na hora de retocar a raiz, aqueles cachos bem definidos ficaram todos no ralo do banheiro. Meu cabelo caia de tufos e mais tufos. Uma tragédia. Passei mais de um ano tentando recuperá-lo”.

O perigo de produtos sem procedência coloca em risco a saúde não só dos cabelos, como da pele, podendo causar alergias e queimaduras. A dermatologista Dra. Ilione Lima explica a importancia de alertar os paciente dos danos permanetes: “é sempre importante lembrar que essas coisas tanto podem ser inocentes, quando se usa uma dosagem baixa de um produto já sabendo que é seguro, como ele pode ter danos muito grandes como queimaduras. Existe aquela tendência de tratamento caseiros porque eu ouvi dizer, porque alguem falou e o paciente apresenta consequencias gravissimas”.



Para que as mulheres tenham segurança na hora dos cuidados com a beleza, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência Nacional de Saúde (ANS), são os órgãos responsáveis pela fiscalização dos produtos em circulação. A recomendação dada pela Vigilância Sanitária é para que evitem comprar medicamentos vendidos de porta em porta ou com fabricação caseira. Para o esclarecimento de dúvidas, procedência de produtos ou registro nacional bastar entrar em contato pelo 0800-642-9782 ou no site www.anvisa.com.br.


quinta-feira, 8 de março de 2012

A vaidade no universo masculino

Depilação, botox, peelings ou lipoaspiração são alguns dos tratamentos que se tornam cada dia mais procurados entre os vaidosos homens

Aquele velho discurso de que clínicas ou salões de beleza eram redutos femininos não podem mais ser propagados. Atualmente mulheres e homens têm competido por espaço em centros de estética. O público masculino tem encarado o assunto beleza como uma de suas prioridades na busca por artifícios para melhorar a autoestima.

De acordo com a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), a beleza é um mercado promissor no Brasil. Dados apontam que o País é o terceiro mercado de cosméticos mundial e tem gerado não apenas renda, mas estudo para empresas que desenvolvem cosméticos.

"O homem do século XXI
é moderno e tem quebrado tabus"
A nova geração de homens vaidosos, popularmente conhecidos como "metrossexuais", tem uma difícil aceitação na sociedade preconceituosa. Segundo Cassiano Ricardo, 35 anos e corretor, “o cuidado com a aparência não tem nenhuma ligação com a opção sexual. Sou hétero e não gosto do preconceito estipulado pela população. É preciso diferenciar a vaidade do homossexualismo”, explica.


Barata e acessível, a depilação de barba, abdômen, costas, pernas, coxa e até mesmo da parte íntima não é mais o temor dos homens. Considerada amiga de longos anos das mulheres, a depilação, seja com cera ou definitiva, tem sido o procedimento mais buscado pelos homens de diferentes classes sociais. "Acho besteira dizer que homem vai ser menos másculo porque se depila. O homem do século XXI é moderno e tem quebrado tabus", diz Cassiano.

Mesmo com toda essa mudança moderna nos hábitos masculinos ainda existem pessoas que defendem posturas clássicas: homem só deve cortar as unhas, usar desodorante, fazer a barba, malhar e pagar as contas.

Segundo Anna Maria Carvalho, profissional de estética e massagens, o básico para as mulheres tornou-se também o básico para os homens. Para ela, não basta ter os cuidados diários é preciso que essa rotina seja bem feita: “eles querem relaxar com a massagem e cuidar da pele com a limpeza. Não existe mal nisso. Qual mulher que não quer o namorado ou marido bem cuidado? O mais legal de tudo é receber os casais que vem juntos, um ótimo programa em casal”, diz.

Para o dermatologista Haitham Alli, esse aumento significativo pelos tratamentos tem explicação: “assim como as mulheres querem ser bonitas e elegantes os homens passaram a ter essa necessidade de serem considerados bonitos. O importante é não deixar essa vaidade sair do controle”.

Alessandro Albuquerque
Empresário do ramo da moda em Brasília
Além das depilações outro cuidado são as marcas de expressão que aparecem no rosto. Provocadas pela ação dos músculos que geram as expressões faciais, as rugas aparecem com o chegar da idade e os repetitivos movimentos ao longo dos anos. Para que não fiquem tão evidentes os homens costumam preferir tratamentos rápidos, práticos e, sempre que possível, sem cortes.

O empresário Alle Albuquerque, 33 anos, diz que não mede esforços quando o assunto é a sua vaidade. Já fez diversos tratamentos sem corte, mas achou que era preciso mais, se submeteu a lipoaspirações e diz que não se arrepende. "Gosto de me olhar no espelho e me sentir bem. Até mesmo porque lido com o público, imagem é tudo".

O médico e especialista em cirurgias plásticas Dr. Luis Fernando Gomes acredita que é importante que homens e mulheres entendam que limites são necessários para que não haja um arrependimento futuro. Ele esclarece quais os pacientes que devem se submeter às cirurgias: “Os mais indicados para são os que procuram melhoras e não perfeições. Eles devem ser fisicamente saudáveis, psicologicamente estáveis e realistas em suas expectativas”.